Se me perguntarem: “Você acredita que Deus existe?“
- responderei. “Não sei. Mas quero que ele exista.“
Por quê? Para eu me curar dessa saudade!
Para que “essas coisas lindas, que nunca existirão“ venham a existir.
Para que a sonata de Beethoven se faça ouvir, eternamente, entre as estrelas.
Para que a beleza triste do outono e dos pores-do-sol se repita sempre, como um cânon sem fim.
Para que os fogões de lenha sejam de novo acesos.
Para que as paineiras voltem a florescer.
Para que todos voltemos a ser crianças e balancemos nos balanços.
Para que a minha cadelinha renasça e volte a brincar comigo.
E para que uma imensa esponja, embebida em esquecimento, seja passada sobre os detritos fedorentos que sujam o mundo, sob o disfarce de rostos humanos.
Que não haja um inferno, mas apenas um abismo de esquecimento."[Ruben Alves]
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